15 de maio de 2009

Ministério da Educação anuncia novo modelo para vestibular

Preocupado com a formação dos estudantes brasileiros, o Ministério da Educação (MEC) reformulou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para que esse substitua o vestibular das universidades brasileiras. O objetivo é aumentar a oportunidade dos alunos de ensino médio a estarem aptos a cursar uma boa universidade. A nova proposta prevê a substituição da memorização de conteúdo pela interpretação e raciocínio lógico, estimulando assim o pensamento crítico dos alunos. Com essas mudanças, o conteúdo e o método de ensino terão que ser reformulados. Essa é a maior mudança já feita no vestibular desde 1911, quando ele surgiu no Brasil. Porém, algumas escolas não vão precisar transformar seu método de ensino. O Colégio San Conrado é uma delas. Com diferenciais de ensino, o colégio está constantemente preocupado em estimular uma visão crítica do aluno. Erico Nery, diretor administrativo do Colégio San Conrado, afirma que devido a esses diferenciais, o seu método de ensino não passará por mudanças. “Os nossos alunos estão preparados para fazer o “novo Enem”, bem como os grandes vestibulares, como da Unicamp e da USP”, diz Erico. Um dos diferenciais de ensino do Colégio San Conrado, são as aulas de matemática ministradas pelo professor Chico Nery. Ele introduziu a suas aulas o raciocínio lógico. “Sempre lecionei matemática e, em minha opinião, as aulas habituais eram muito enfadonhas, o que não estimulava os alunos. O estudante geralmente entendia o conteúdo, porém, não tinha raciocínio para desenvolvê-lo depois”, comenta Chico. “Introduzi a prática daquilo que mais gosto de fazer, que são os problemas de raciocínio lógico. Todo início de aula eu coordenava enigmas e fazia disputa de meninos contra meninas, quebra-cabeças, e assim por diante”, completa.

O que muda com o novo Enem

Basicamente o formato do novo Enem está definido: serão 200 testes e uma redação. A prova terá maior caráter interpretativo, com menor exigência da memorização de conteúdos. Esse caráter assemelha-se ao padrão do antigo Enem, que vinha sendo aplicado há uma década. Acredita-se que dessa maneira o ensino passará por mudanças, fazendo com que o aluno não seja apenas um receptor de informação, mas sim consiga interpretá-las e organizá-las. O que será valorizado agora é o pensamento crítico dos vestibulandos. Nesse momento de transição, a única certeza é que, neste ano, mais de 5 milhões de jovens se preparam para uma das etapas mais importantes de suas vidas e, em 2010, cerca de 1,5 milhão ingressarão numa universidade. Porém, as dúvidas são inúmeras. Professores, alunos e as próprias universidades estão incertos sobre o caminho que será traçado. É importante ressaltar que esse ano será um ano de teste para o novo sistema e que já vai ter validade para o ingresso dos alunos. Haverá quatro formas de adesão das instituições ao novo Enem: como fase única; como primeira fase; como fase única para as vagas ociosas, após o vestibular; ou combinado ao atual vestibular da instituição. O objetivo final é que, após as universidades terem aderido ao sistema proposto, possa começar a reestruturação do ensino médio brasileiro. Além dessa mudança, outra ainda mais radical é que a prova será unificada, ou seja, com a nota de uma prova, o aluno poderá tentar o ingresso em cinco faculdades. Porém, cabe a cada universidade, seja ela pública ou privada, decidir se vai adotar o modelo ou manter o atual. O prazo para que as universidades resolvam se vão ou não adotar o novo sistema é até a segunda semana de maio. De acordo com a COMVEST (Comissão Permanente para os Vestibulares), esse assunto ainda está em discussão na Câmara Deliberativa do Vestibular e, caso ocorra alguma alteração para esse ano, o aluno não precisará se preocupar com novos conteúdos. Segundo Leandro Tessler, coordenador executivo da COMVEST, o novo Enem apresenta duas grandes inovações para os processos seletivos: a existência de um único processo nacional, abrindo novas possibilidades para os estudantes mais preparados e a nova formulação das questões que serão mais voltadas para a leitura e o raciocínio do que para a memorização.

Nenhum comentário:

Postar um comentário