25 de agosto de 2009
São Paulo tem pressa
O tempo urge. As pessoas passam correndo, em todas as direções. São mulheres, homens, crianças, adolescentes, brancos, pardos, negros e amarelos, cristãos, judeus, evangélicos, são heterossexuais ou homossexuais, são casais, são trios ou grupos. Pessoas bem vestidas, executivos, de terno e gravata, estudantes com calça jeans e All Star, jornalistas fazendo seu boletim sobre o tráfego, office-boys correndo para não pegar fila nos bancos, gente mal vestida, gente pedindo esmola. Não importa. Todos passam com pressa, num empurra-empurra constante, todos querendo chegar a seu destino final, não importa quem tenha que atropelar.
Na mesa ao meu lado, estavam sentados um rapaz e uma moça, de uns 20 e poucos anos, tomando um café. Quando olhei novamente, um outro rapaz se aproximou: "Nossa quanto tempo!! Que bom encontrar vocês!!", sentou-se ali e ficaram jogando conversa fora. Pensei: "Seria mesmo possível, pessoas se encontrarem ao acaso, em plena quinta-feira, 8 e pouco da manhã, no meio da Avenida Paulista?". Em São Paulo, aparentemente, isto era possível.
Simultaneamente a este encontro, um casal e seu filho, passaram ao meu lado. O menino chorava dizendo que queria tomar uma Coca-Cola, os pais o reprimiam, diziam que estavam atrasados para o trabalho. O filho fazia birra, se jogava no chão, mas continou recebendo uma chuva de nãos e o vi sendo arrastado escada do metrô abaixo.
Paralelamente a estes eventos, duas mulheres passaram abraçadas, conversando e dando risada. Completamente apaixonadas. E sumiam ali no meio da multidão, que parecia nem notar, nem elas e nem a felicidade contagiante que estavam transmitindo ao lugar.
Nada parecia afetar a rotina daquelas pessoas.
Ao meu redor, lojistas abriam suas lojas, limpavam os vidros das vitrines, colocavam produtos para fora. Uma exposição de fotografias sobre São Paulo já estava aberta, e havia algumas pessoas admirando o trabalho de tal profissional.
As pessoas paravam, tomavam um café, conversavam um pouco com o desconhecido que estivesse ao seu lado e a partir do momento que saiam de volta a rua, pegavam seu celular e já apressavam o passo. Ninguém anda devagar, ninguém aprecia a bela paisagem formada por aqueles prédios ostentosos da gigante avenida de São Paulo. Ninguém olha para o lado, ajuda o próximo, não reconhece a face de ninguém. É como naqueles filmes quando tudo ao nosso redor fica borrado. É como se estivessemos andando sozinhos em um mar de gente, literalmente.
15 de maio de 2009
Ministério da Educação anuncia novo modelo para vestibular
Preocupado com a formação dos estudantes brasileiros, o Ministério da Educação (MEC) reformulou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para que esse substitua o vestibular das universidades brasileiras. O objetivo é aumentar a oportunidade dos alunos de ensino médio a estarem aptos a cursar uma boa universidade. A nova proposta prevê a substituição da memorização de conteúdo pela interpretação e raciocínio lógico, estimulando assim o pensamento crítico dos alunos. Com essas mudanças, o conteúdo e o método de ensino terão que ser reformulados. Essa é a maior mudança já feita no vestibular desde 1911, quando ele surgiu no Brasil. Porém, algumas escolas não vão precisar transformar seu método de ensino. O Colégio San Conrado é uma delas. Com diferenciais de ensino, o colégio está constantemente preocupado em estimular uma visão crítica do aluno. Erico Nery, diretor administrativo do Colégio San Conrado, afirma que devido a esses diferenciais, o seu método de ensino não passará por mudanças. “Os nossos alunos estão preparados para fazer o “novo Enem”, bem como os grandes vestibulares, como da Unicamp e da USP”, diz Erico. Um dos diferenciais de ensino do Colégio San Conrado, são as aulas de matemática ministradas pelo professor Chico Nery. Ele introduziu a suas aulas o raciocínio lógico. “Sempre lecionei matemática e, em minha opinião, as aulas habituais eram muito enfadonhas, o que não estimulava os alunos. O estudante geralmente entendia o conteúdo, porém, não tinha raciocínio para desenvolvê-lo depois”, comenta Chico. “Introduzi a prática daquilo que mais gosto de fazer, que são os problemas de raciocínio lógico. Todo início de aula eu coordenava enigmas e fazia disputa de meninos contra meninas, quebra-cabeças, e assim por diante”, completa.
O que muda com o novo Enem
Basicamente o formato do novo Enem está definido: serão 200 testes e uma redação. A prova terá maior caráter interpretativo, com menor exigência da memorização de conteúdos. Esse caráter assemelha-se ao padrão do antigo Enem, que vinha sendo aplicado há uma década. Acredita-se que dessa maneira o ensino passará por mudanças, fazendo com que o aluno não seja apenas um receptor de informação, mas sim consiga interpretá-las e organizá-las. O que será valorizado agora é o pensamento crítico dos vestibulandos. Nesse momento de transição, a única certeza é que, neste ano, mais de 5 milhões de jovens se preparam para uma das etapas mais importantes de suas vidas e, em 2010, cerca de 1,5 milhão ingressarão numa universidade. Porém, as dúvidas são inúmeras. Professores, alunos e as próprias universidades estão incertos sobre o caminho que será traçado. É importante ressaltar que esse ano será um ano de teste para o novo sistema e que já vai ter validade para o ingresso dos alunos. Haverá quatro formas de adesão das instituições ao novo Enem: como fase única; como primeira fase; como fase única para as vagas ociosas, após o vestibular; ou combinado ao atual vestibular da instituição. O objetivo final é que, após as universidades terem aderido ao sistema proposto, possa começar a reestruturação do ensino médio brasileiro. Além dessa mudança, outra ainda mais radical é que a prova será unificada, ou seja, com a nota de uma prova, o aluno poderá tentar o ingresso em cinco faculdades. Porém, cabe a cada universidade, seja ela pública ou privada, decidir se vai adotar o modelo ou manter o atual. O prazo para que as universidades resolvam se vão ou não adotar o novo sistema é até a segunda semana de maio. De acordo com a COMVEST (Comissão Permanente para os Vestibulares), esse assunto ainda está em discussão na Câmara Deliberativa do Vestibular e, caso ocorra alguma alteração para esse ano, o aluno não precisará se preocupar com novos conteúdos. Segundo Leandro Tessler, coordenador executivo da COMVEST, o novo Enem apresenta duas grandes inovações para os processos seletivos: a existência de um único processo nacional, abrindo novas possibilidades para os estudantes mais preparados e a nova formulação das questões que serão mais voltadas para a leitura e o raciocínio do que para a memorização.
Processo de cassação do vereador Sebá chega ao fim
Reportagem publicada no site do Jornal Local em 14/06/2009
E o destino os uniu
JF
– Como vocês se conheceram?Alfeu – Basicamente posso dizer que nos conhecemos no meio universitário. A verdade é que o núcleo formador do Bons Tempos começou no Jardim Proença. E depois disso a vida foi nos unindo.
JF – Como surgiu a idéia de criar a banda?
Alfeu - O Elder e o Chico são amigos de infância, eles moravam no mesmo bairro. Eu conheci o Elder no colégio. Nós dois entramos no Cotuca, na Unicamp. Durante o colégio a gente teve que fazer um trabalho para a professora de educação artística. E a gente queria fazer um trabalho que não desse trabalho. A gente fazia tecnologia de alimentos, não tinha nada a ver com o meio artístico. Mas tivemos a idéia de fazer a apresentação de uma música. O Elder tocava afoxé, eu brincava com os meus irmãos de tocar timba. Depois de um tempo eu comecei a aprender tocar cavaquinho. Foi assim que eu conheci o Elder e o Chico. Eu já estava fazendo faculdade na Unicamp e continuava tocando com o Chico e o Elder meio que de brincadeira. Quando eu entrei na Unicamp que eu conheci o Caco, que estava na minha classe. E o Newton fazia Unicamp também, mas não na nossa sala. No primeiro ano da faculdade um amigo nosso fez um convite para irmos cantar em Fernandópolis. E a gente fez um show lá em julho. Só que o Cezar, que tocava na banda na época, não pode ir. Ai o Newton, que tocava violão, foi com a gente. E rolou uma coisa muito boa. A gente não tem certeza de quando exatamente surgiu a banda, mas foi por volta de 1984 que o Bons Tempos existe com a formação atual: eu (Alfeu) no cavaquinho, o Chico no pandeiro, o Elder na timba, o Newton com o violão e o Caco na percussão.
JF – Além dos shows normais, o grupo Bons Tempos faz também shows teatrais. Como começou o projeto? Como surgem os temas para estes espetáculos?
Alfeu – O Newton é o cara que tem essas idéias de idealizar projetos. E ele sugeriu para a gente fazer um projeto em homenagem a alguma coisa. Então o primeiro trabalho que a gente fez com o formato de show para teatro foi o “A época de ouro do rádio”, em 1991, que fazia homenagem a cantores do rádio.
Newton - Ainda naquela época, a Prefeitura tinha um programa, no qual você se inscrevia com um projeto artístico e quem ganhava levava uma graninha para montar o projeto. E a gente estava procurando algo a mais do que só tocar em bar durante a noite. Já tínhamos saído da faculdade, o Elder e o Alfeu montaram um bar, o Almanaque Bar. Cada um já estava com uma vida definida. Queríamos mudar. E então veio a idéia de montar um show sobre a era de ouro do rádio. Montamos no palco um estúdio de rádio da década de 30, 40 onde nós éramos os músicos, havia um locutor que fazia como uma locução de rádio. Estudamos a época, como era a postura do locutor, repertório e montamos uma historinha. Começamos a aprender coisas de teatro, falar em cena, se colocar e tal. Esse foi o primeiro show que a gente fez. Deu tão certo que até hoje a gente faz esse tipo de trabalho. Escolhemos um tema para encenar, fazer um espetáculo musical, tem figurino, texto, etc. No último espetáculo, que foi sobre o Chico Buarque, a gente fez uma coisa nova que foi dançar. Nunca tínhamos dançado no palco. A gente gosta disso e tem uma enorme facilidade de trabalhar os cinco juntos. Quando vamos montar um show nós sentamos, montamos o repertório, a cena. Somos muito criativos para conceber espetáculos. Em 1994, a gente teve a idéia de fazer um outro espetáculo sobre Ary Barroso: Ary, o Brasileiro. Então tivemos a idéia e fomos atrás do Sérgio Cabral, um jornalista e um dos fundadores do Pasquim. Ele é entendedor de música brasileira. Na época ele estava fazendo a biografia do Ary Barroso. Pedimos para ele fazer o roteiro do show. Nós fomos ao Rio e ele aceitou nossa proposta, depois de um pouco de insistência. Com tudo pronto, a Dpaschoal patrocinou o nosso show por duas temporadas em Campinas. Em 1995, topou patrocinar de novo o show no Rio de Janeiro. Um dia a gente estava lá no Rio e conhecemos o Albino Pinheiro, um dos fundadores da Banda de Ipanema, era o cara que agitava a vida cultural do Rio. Ele era produtor de um projeto que chamava seis e meia: todo dias as 18:30 no teatro João Caetano tinha um grande show e ele convidou a Bons Tempos para passar uma semana se apresentando lá, e ficamos em cartaz. Uma coisa legal da nossa carreira foi um dia que a gente estava tocando no teatro João Caetano e os Cariocas foram lá assistir a gente. E a gente os adora. Foi muito prazeroso poder tocar para eles. A história da música popular brasileira ir assistir você.
JF – E depois vocês fizeram o que?
Alfeu – Depois disso continuamos a fazer os nossos shows menores, com músicas de autoria nossa aqui nos bares de Campinas. Em 2003 fizemos a remontagem do Ary, o Brasileiro. Nós tínhamos uma produtora e pensando o que poderíamos fazer para inovar o Newton me fala: “Po Alfeu esse ano é o centenário de aniversário do Ary Barroso e se a gente remontasse aquele espetáculo?”. Conversas depois, nós decidimos encarar o desafio. Fomos em busca de patrocínio. No nosso projeto constavam 18 shows pelo interior do estado de São Paulo. A reposta da DPaschoal foi que eles poderiam patrocinar zero shows. Mandamos para algumas outras empresas nas quais a gente tinha contato e que poderiam ter algum interesse em patrocinar. Um belo dia recebi um telefonema de um amigo que trabalhava na Petrobrás, ele me disse que no mesmo ano seria aniversário de 50 anos da Petrobrás. E ele pensou que seria legal para a empresa patrocinar um evento cultural tipicamente brasileiro, Ary Barroso era um artista verde e amarelo, nacionalista. E isso tinha a ver com a imagem da Petrobrás. Ele me disse que a empresa topava patrocinar o show, mas ao invés de 18 eles queriam 54 shows pelo Brasil inteiro. E ai rolou. Na verdade fizemos 56 shows de Porto Alegre até Manaus, passando por 33 cidades diferentes. Fizemos show até na plataforma de petróleo no meio do mar, tocamos no teatro Amazonas.
Newton – Foi uma grande aventura. Um dos grandes sucessos do Grupo Bons Tempos.
Alfeu – O mais interessante que eu vejo dessa turnê, fazendo agora uma reflexão, o meu grande medo era ter brigas. Nós cinco já tínhamos intimidade, mas esse espetáculo envolve muita gente, produtor, ator, técnicos, montador, músicos. Mas acho que a gente contagiou a todos com o nosso jeito de brincar um com o outro. Todo mundo se entrosou super bem. Quando a gente acabou a turnê, que nós nos tocamos que não tínhamos gravado um DVD de nenhum show. Então voltamos a Petrobrás pedindo para fazer mais um show em Campinas, 2 dias, para fazer a gravação do CD e DVD. Eles deram mais uma verba de patrocínio. Então, em 2005, fizemos mais dois dias de apresentação no Centro de Convivência e gravamos o CD e DVD. Fizemos depois o mesmo show com o Chico Buarque. E foi uma sucessão. Foi tanto sucesso que decidimos remontar ano passado (2008) de novo. Fizemos por dois dias aqui em Campinas. E a casa estava lotada. Decidimos fazer mais dois dias, lotado de novo. Um mês e meio depois decidimos fazer de novo e lotou de novo as duas sessões. É um momento na carreira da gente muito importante.
JF – E em qual projeto vocês estão trabalhando agora?
Alfeu – Depois disso tudo concluído, nós começamos a trabalhar no CD de aniversário do grupo, que estamos completando 25 anos.
JL – E porque samba?
Alfeu – O Chico e o Elder já tocavam violão e pandeiro. O pai do Caco canta e então o Caco sempre esteve envolvido com música. Mas o principal acho que é o violão, que é um instrumento muito característico da música popular. E num primeiro momento o que se tocava com violão? Bossa Nova. Na nossa época, quando estávamos na faculdade, as pessoas que a gente ouvia, todos os artistas consagrados, que era Chico Buarque, Caetano Veloso, Djavan, esse pessoal todo apesar de ter origem diferenciada eles sempre tinham o samba em sua carreira. O Djavan tem um disco inteiro de samba. O samba surge naturalmente na vida do brasileiro, é uma coisa mais simples, de entendimento fácil. Mais acima de tudo o ambiente universitário que a gente vivia foi essencial para nos apresentar para esse estilo musical. O samba estava em todo lugar nas universidades, havia muitas rodas de samba na Unicamp. E estávamos também saindo de uma ditadura, então tinha Roda Viva, Apesar de Você que nos empolgava.
JF – Quem são os grandes ídolos da carreira do Bons Tempos?
Alfeu – Vai ser difícil falar, mas de cara já falo o principal: Chico Buarque. Depois vem Paulinho da Viola, Cartola. Não tem como você falar de todos. De intérprete que a gente sempre ouviu a vida inteira foi MPB4.
JF – Quais as maiores dificuldades que vocês encontraram?
Alfeu – Não tem nenhuma dificuldade. Só o que dá trabalho é mulher e dinheiro. E a gente nunca tinha nem mulher nem dinheiro (risos). Mas sério, nós nunca nos encaramos muito profissionalmente, de abandonar tudo e ir viver só da música, por isso não tivemos grandes problemas. Sempre foi associado com divertimento. É uma fonte de prazer que a gente faz com muito carinho e bom humor.
14 de maio de 2009
Budapeste: um filme que vale a pena assistir
No evento, que aconteceu no Kinoplex do Shopping Cidade Jardim, estavam os atores principais do filme, Giovana Antonelli (Vanda), Leonardo Medeiros (o protagonista José Costa) e a atriz húngara Gabriella Hámori (Kriska).
Eu já havia lido o livro quando prestei vestibular para a Faculdade Cásper Líbero em 2006. Com uma linguagem muito culta e descritiva, fiquei encantada com o livro. Uma história envolvente, complexa e que trata de questões pessoais de relacionamento, frustrações. José Costa é o nome do protagonista, ele é um ghost-writter casado com Vanda, uma jornalista. Vivem uma vida de classe média e passam por problemas no casamento, como qualquer típico casal de classe média.
Para entender a história deve-se saber que ghost-writter é um tipo de escritor que não assina aos livros. Exemplifico. Uma pessoa tem uma história e quer escrever um livro, mas sabe como fazer, então ele procura um ghost-writter que escreve o livro baseado nos relatos da outra pessoa. Porém a autoria não é dada a quem escreve, mas sim a quem teve a idéia.
E esta é a grande frustração de José Costa. Todos os livros que ele escreve fazem muito sucesso, mas esse reconhecimento nunca é dado a ele e sim ao relator da história. E esse anonimato começa a incomodá-lo, especialmente pelas cobranças de sua esposa Vanda, que diz jamais ver algum fruto do trabalho de seu marido.
A drama da história acontece quando, voltando de um congresso de ghost-writters, José Costa é obrigado a fazer uma parada forçada em Budapeste. Lá, ele fica intrigado com a língua, que como dizem "é a única língua que o diabo ainda respeita". Ele conhece Kriska, uma húngara, que vai ensinar o húngaro para ele. Costa acaba se envolvendo amorosamente com Kriska, criando um triângulo amoroso entre ele, sua esposa e a sua nova paixão.
Devo fazer uma confissão. Não sou muito fã de adaptações de livros para o cinema, os livros geralmente são muito mais interessantes. Porém, neste caso, tiro o chapéu para o filme todo. A fotografia, o cenário, a trilha sonora foram devidamente escolhidos, produzidos e tornam tudo muito mais envolvente. Toda a produção foge do estilo hollywoodiano, as cenas são filmadas sob ângulos diferentes, instigantes. É nítido como cada detalhe foi pensado minuciosamente.
Chico Buarque, o autor do livro, faz uma pequena aparição no filme. Há discordâncias, mas em minha opinião, sua pequena aparição e a única frase, em húngaro, que ele diz no filme, é essencial para entender a trama, os conflitos e o final da história. Se fosse outro ator, creio que o efeito desejado não teria sido atingido.
Sem mais, é um filme diferenciado que te faz refletir e que não pode deixar de ser visto. É mais uma prova de que a indústria brasileira de cinema vem produzindo obras de arte de altíssima qualidade.
25 de abril de 2009
Monteiro Lobato: um nacionalista inconformado
Monteiro Lobato foi escritor, desenhista, advogado, fazendeiro, empresário, pai, marido. Teve várias faces. Mas a que mais é conhecida é a de escritor de histórias infantis.
José Bento Renato Monteiro Lobato começou sua carreira de escritor com pequenos contos para os jornais estudantis dos colégios Kennedy e Paulista, que frequentou em Taubaté.
Cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, por imposição de seu avô, o Visconde de Tremembé. Seu sonho, por outro lado, era cursar a Faculdade de Belas Artes. Na faculdade dividiu-se entre suas principais paixões: escrever e desenhar. Foi durante este período que entrou em contato com as obras de Nietzsche, filósofo alemão cujo pensamento o guiaria vida a fora.
Com o diploma nas mãos, Lobato voltou a Taubaté. Mas não parou de escrever. Mandava artigos para um jornal de Caçapava, O Combatente. Foi nomeado promotor público, mudou-se para Areias, casou-se com Purezinha e começou a traduzir artigos do Weekly Times para O Estado de S. Paulo. Fez ilustrações e caricaturas para a revista carioca Fon-Fon! e colaborou no jornal Gazeta de Notícias, também do Rio de Janeiro, assim como na Tribuna de Santos.
Com o falecimento do avô, Monteiro Lobato herdou a Fazenda do Buquira e se transferiu com a família para lá. Dedicou-se a lavoura do café, mas não se afastou da literatura. Escreveu um artigo para o jornal O Estado de S. Paulo, denunciando as queimadas no Vale do Paraíba, o artigo chamava-se “Uma velha praga” e teve grande repercussão.
. Um mês depois, redigiu Urupês, no mesmo jornal, criando o Jeca Tatu, seu personagem-símbolo, um caipira preguiçoso e adepto da "lei do menor esforço".
Esses dois artigos foram reproduzidos em diversos jornais, gerando polêmica de norte a sul do país. Não demorou muito e Lobato, cansado da monotonia do campo, acabou vendendo a fazenda e instalando-se na capital paulista.
Com o dinheiro da venda da fazenda, comprou a nacionalista Revista do Brasil, lançada em janeiro de 1916. Deu, então, vez e voz para novos talentos, que apareciam em suas páginas ao lado de gente famosa.
A revista prosperou e ele formou uma empresa editorial que continuou aberta aos novatos. Tratava os livros como produtos de consumo. Tinha um grande cuidado com a qualidade gráfica e adotou capas coloridas e atraentes.
O empreendimento cresceu e foi seguidamente reestruturado para acompanhar a velocidade dos negócios. Lobato acabaria entregando a direção da Revista do Brasil a Paulo Prado e Sérgio Milliet, para dedicar-se à editora em tempo integral.
Escreveu, nesse período, sua primeira história infantil, A menina do narizinho arrebitado. Com capa e desenhos de Voltolino, famoso ilustrador da época, o livrinho, lançado no Natal de 1920, fez o maior sucesso. Dali nasceram outros episódios, tendo sempre como personagens Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Nastácia e Emília, a boneca de pano. Insatisfeito com as traduções de livros europeus para crianças, ele criou aventuras com figuras bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. Monteiro Lobato também fez questão de transmitir conhecimento e idéias em livros que falam de história, geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática - aquela em que se aprende brincando.
Trabalhando a todo vapor, Lobato teve que enfrentar uma série de obstáculos. A conseqüência foi um enorme rombo financeiro e muitas dívidas. Só restou uma alternativa a Lobato: pedir a autofalência, apresentada em julho de 1925. Tempo depois, fundou a Companhia Editora Nacional. Sua produção incluía livros de todos os gêneros.
Personalidade de múltiplos interesses, Lobato esteve presente nos momentos marcantes da história do Brasil. Empenhou seu prestígio e participou de campanhas para colocar o país nos trilhos da modernidade. O que faltava para o Brasil dar o salto para o futuro? Ferro, petróleo e estradas para escoar os produtos. Esse era, para ele, o tripé do progresso.
Mas as idéias e os empreendimentos de Lobato acabaram por ferir altos interesses, especialmente de empresas estrangeiras. Sua audácia culminou com a sua prisão, decretada pelo governo Getúlio Vargas em 1941. Após sua libertação, a perseguição continuou.
Lobato passou a enfrentar uma das fases mais difíceis de sua vida. Perdeu Edgar, o filho mais velho, presenciou o processo de liquidação das companhias que fundou e sofreu com a censura e atmosfera asfixiante da ditadura de Getúlio Vargas.
Em 1945 mudou-se para Buenos Aires, mas não se adaptou a cultura local. Em 1947 regressa ao Brasil e encontra o país sob o governo Dutra. Indignado escreveu Zé Brasil. Os personagens prosseguiam na luta, mas seu criador já estava cansado de tantas batalhas. Monteiro Lobato sofreu dois espasmos cerebrais e, no dia 4 de julho de 1948, veio a falecer.
Monteiro Lobato deixou uma imensa obra para crianças, jovens e adultos, e o exemplo de quem passou a existência sob a marca do inconformismo.
14 de abril de 2009
Novas regras no mundo do futebol
Matéria publicada por mim no Jornal Local. Para ler a matéria no site do Jornal, clique AQUI.
Estacionamento irregular e presença exagerada de flanelinhas incomodam cidadãos de Sousas
Matéria publicada por mim no Jornal Local. Para ler a matéria no site do Jornal, clique AQUI.
Moradores estão preocupados com o futuro dos distritos de Campinas
Anos depois da criação, essas administrações estão perdendo sua autonomia
Os quatro distritos de Campinas, Sousas, Joaquim Egídio, Barão Geraldo e Aparecidinha foram inclusos nas macrorregiões de Campinas. Divisão instaurada desde janeiro deste ano na qual a cidade foi dividida em cinco macrorregiões, sendo estas coordenadas por um diretor. Com isso, os subprefeitos deixam de responder diretamente ao Prefeito e passam a responder a este diretor. Apesar de o procedimento estar dentro das leis, os moradores preocupam-se com a possível piora na prestação de serviço e na perda de autonomia das subprefeituras. Segundo o taxista Walter Emílio Navarro, “As necessidades já não são atendidas com agilidade e as melhorias demoram a vir. Agora só tende a piorar porque o processo vai ser mais demorado. Além disso, vai aumentar os custos, será mais um salário, mais despesas”, diz. O senhor Marcelo, morador do distrito de Sousas, também é contra a nova mudança. “Eu acho que essas mudanças são péssimas. Os distritos já são abandonados e agora vai piorar”, critica. Outros moradores, como a Dona Martha, não tinham conhecimento das novas mudanças. “Não sei ao certo do que se trata. Ninguém comunica os moradores, que deveriam ser os mais interessados”, diz. Atualmente os distritos não estão recebendo a importância devida. Em Sousas, por exemplo, o repasse que vem da Prefeitura é de R$600,00 por trimestre. As ferramentas que a subprefeitura possui também são poucas. Conta com dois caminhões, um basculante, uma carroceria, um patrol, uma pá escavadeira, uma retro escavadeira e uma roçadeira, esta última adquirida pela Subprefeitura com ajuda financeira de quatro estabelecimentos comerciais, Shopcar, Mingato, Pinton e Madeireira São José. O número de funcionários para executar os serviços necessários é de 15. O distrito é uma aglomeração populacional normalmente situada em local afastado da área urbana principal. Quando esses distritos não são integrados pelo crescimento natural da cidade, eles tendem a querer se emancipar e se tornar um novo município. Enquanto distrito, o poder político executivo continua a ser do Prefeito do Município, sendo todos os outros auxiliares de sua indicação, ou seja, cargos de confiança, incluindo os subprefeitos. As subprefeituras foram criadas para descentralizar o poder executivo da prefeitura. O subprefeito não tem autonomia executiva, ele é um intermediário entre o distrito e a Prefeitura, Segundo o advogado Marcelo Bevilacqua da Cunha, advogado da Bevilacqua e Cunha Sociedade de Advogados e professor universitário, o subprefeito tem a função de comunicar ao prefeito os problemas do seu distrito e cobrar que as melhorias sejam feitas da forma mais eficiente possível. O subprefeito é escolhido pelo prefeito dentre as pessoas de sua confiança. Já houve eleição para o cargo, na qual se elegiam três possíveis candidatos e dentre estes o Prefeito indicaria um para a função. Porém a Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 12.981-0/9, que foi julgada procedente, extinguiu a eleição para subprefeitos, considerando-a inconstitucional, já que o cargo é de confiança do Prefeito, assim como os secretários. Segundo a Lei Orgânica do Município de Campinas as funções do subprefeito são: I - cumprir e fazer executar, de acordo com as instruções recebidas, as leis, resoluções, regulamentos e demais atos do Prefeito; II - fiscalizar os serviços distritais; III - atender às reclamações das partes e encaminhá-las ao Prefeito quando se tratar de matéria estranha às suas atribuições; IV - indicar ao Prefeito as providências necessárias ao distrito; V - prestar contas, mensalmente, ou quando lhe forem solicitadas; VI - comparecer pessoalmente, quando convocado, à Câmara Municipal, para prestar informações sobre assunto previamente determinado. De acordo com o diretor da Macrorregião leste, na qual Sousas e Joaquim Egídio estão inseridos, José Afonso Bittencourt, “as subprefeituras estão sendo bastante elogiadas na atual administração do Dr. Hélio. Acredito que com o meu trabalho vamos agilizar as melhorias que estas regiões precisam. As subprefeituras continuarão existindo”, explica. Enquanto os resultados não aparecem, os moradores e comerciantes continuam com o mesmo receio, de que os problemas dos distritos demorem a vir ou jamais sejam resolvidos. E, além disso, que sejam incorporados de volta a Campinas, como bairros.
Matéria publicada por mim no Jornal Local. Para ler a matéria no site do Jornal, clique AQUI.12 de abril de 2009
Volvo Ocean Race
23 de março de 2009
10 coisas que eu odeio em você e 10 coisas que eu adoro em você
1.Odeio quando você fica intransigente e não deixa eu me explicar
2.Odeio quando a gente briga e você fica monossilábico
3.Odeio quando eu falo e você responde um sorrisinho
4.Odeio quando eu não consigo falar com você
5.Odeio que você não diz o que pensa e não se abre comigo
6.Odeio quando você não entende o que eu falo, as vezes
7.Odeio quando você não admite que está errado
8.Odeio não te ver e ter saudades de você
9.Odeio quando você não entende meus ataques de carência
10.Odeio odiar essas coisas em você
Adoro...
1.Adoro te conhecer melhor do que ninguém
2.Adoro ser sua melhor amiga
3.Adoro seu sorriso e suas as caretas que você faz em determinados momentos
4.Adoro sua educação, seu jeito de ser, seu caráter, sua obsessão por limpeza e organização
5.Adoro quando eu te digo que quero contar alguma coisa e você entra no MSN correndo
6.Adoro sua determinação e seu ânimo para realizar seus objetivos
7.Adoro quando você me mima (mesmo contra sua vontade)
8.Adoro quando posso olhar nos seus olhos e estar só com você
9.Adoro quando você é me chama de bestinha ou de idiotinha
10.Adoro adorar você